quarta-feira, 25 de maio de 2011

Onde foi parar a tal da mudança climática?

Para quem acompanha o assunto, 2011 vem sendo incomum, pouco se falou em mudanças climáticas. E isso, no rasto do encontro de Cancún - considerado um sucesso relativo, após o fracasso de Copenhague, mesmo tendo deixado em aberto questões essenciais. E até agora, não faltaram enchentes e eventos meteorológicos extremos ao redor do mundo que diferentemente dos anos anteriores, não levaram a discussão de volta às manchetes.

Tudo bem, no Brasil, o assunto do ano no meio ambiente - de mérito inquestionável - tem sido a reforma do Código Florestal. Mas onde estão os discursos de líderes mundiais prometendo mudanças para proteger o planeta das mudanças climáticas? 

Alguns até disseram que iriam investir pesado em energias renováveis, entre eles a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O motivo? Bem, o desastre nuclear de Fukushima, no Japão, assustou países que dependem em grande parte da energia nuclear.

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu uma longa entrevista à BBC. Quase meia hora sobre quase todos os assuntos. Quase, porque não disse sequer uma vez as palavras: "mudança climática" ou mesmo "aquecimento global".

Enquanto isso, os chamados "céticos" continuam a expressar as suas opiniões - raramente baseadas em ciência robusta, mas ocupando o espaço que a imprensa lhes dá. Apesar do barulho que fazem, pouca coisa mudou no consenso da comunidade científica em torno do assunto, como mostrou um estudo australiano nesta semana (uma das poucas vezes em que mudança climática foi manchete neste ano).

Por onde anda a opinião pública? Essa é a pergunta que me faço. Considerando que pesos-pesados da política, que costumam pagar pequenas fortunas para saber o que os seus eleitores pensam, não têm tocado no assunto - Obama falou no máximo em política energética -, seria errado supor que o assunto ficou impopular? 

Na semana que vem, representantes dos países que participam da convenção da ONU sobre mudança climática (UNFCCC) voltam a se reunir em Bonn para diminuir as distâncias entre as posições dos 192 países. Afinal, em dezembro, um novo encontro sobre o clima, dessa vez na África do Sul, deveria alinhavar um acordo global. 
 
Alguém ainda se importa?

FONTE:  BBC BRASIL 


Em terra tupiniquim é que não...
Ao menos, não, os nossos parlamentares!

Mesmo o país assumindo compromissos internacionais para redução na emissão de gases do efeito estufa, aqui, provocados principalmente pelas queimadas para abrir espaço para a pecuária extensiva e para o agronegócio os Deputados Federais abriram caminho para o desmatamento de 80 milhões de hectares sob o argumento que poderia haver escassez de alimentos, caso o novo Código Florestal não fosse aprovado. Além disso, decidiram por anistiar os desmatadores que cometeram crimes ambientais até 2008 e ainda liberar topos, encostas, nascentes e diminuir a faixa de mata ciliar no entorno dos rios. Uma farra!

Soma-se a isso a delegação de poder aos Estados, que poderão definir sobre a utilização de Área de Preservação Permanente, quando de interesse público e para as terras consolidadas onde já existe o cultivo histórico de determinada cultura, ou seja, se oficializou 500 anos de especulações, grilagens e crimes ambientais, sob a bandeira de uma suposta "sugurança jurídica" que até então - sem existir - nunca impediu os agricultores de terem acesso ao seguro safra e outras tantas linhas de financiamento público.

O que prevaleceu na malfadada noite de 24 de Maio, foi um pesado jogo de interesses entre a oposição e o governo. Um toma-lá, dá-ca, só superado pelo mensalão!
Resta-nos agora apelar para o bom senso dos senadores e o direito constitucional da "presidenta" ao Veto, para que as anomalias e discrepâncias aprovadas pelos senhores deputados sejam corrigidas e o interesse nacional prevaleça sobre a mesquinhez de nossos políticos e de nossa política!

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